segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Algures no caminho

Algures a meio do caminho tu para mim morreste... não importa o quanto eu me esforcei por te trazer de volta á vida, não importa o quanto me esforcei por te recordar, algures pelo o caminho deixaste de fazer parte de mim, és agora uma vaga recordação.
Ao meio do percurso diria que sou quem sou porque te conheci mas agora vejo e sei que sou quem sou por causa de mim.
Um dia deste-me a mão e fizeste-me feliz, um dia largaste-a e chorei por ti... Hoje sorrio e sou feliz sem ti...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sabor da saudade

Sentou-se na esplanada, estava sol e calor como já não estava á bastante tempo, sorriu perante o ardor do sol na sua pele, fazia-a sentir-se feliz, protegida, e estava de facto feliz, como também não estava a algum tempo.
Ria com as amigas e levava um copo de rosé á boca quando o telefone tocou, sem olhar para o destinatário atendeu.
Do outro lado uma voz grave e profunda fizeram soar um firme e conhecido "olá" . O seu sorriso faleceu, pousou o rosé com a mão trémula e uma lágrima rolou pelo seu rosto até ao pequeno e trémulo sorriso que se formava agora, e ainda antes dela poder responder, naquele segundo que pareceu uma eternidade, saboreou o que sentia á meses, saboreou a causa de tanta dor, era salgada, aquela lágrima salgada, despontada por um simples olá, deu-lhe a conhecer o sabor da saudade...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Rumos

Sentaram-se lado a lado, naquele banco do jardim, o vento movia-se brincado com as ondas dos seu cabelo. A relva brilhava de um verde luminoso, ouvia os pássaros cantarem alegremente, sentia a mão dela na sua queimar de forma ardente, ardor que era assentuado pelos raios de sol. Conseguia ouvir o coração dele bater também lado a lado junto ao seu, em uníssono como se fossem um só. E de repente sem serem precisas palavras ou olhares dolorosos ouviu-o, o seu coração e ao longe um outro coração, percebeu depois que era o dele já não batia com o meu, o sol desapareceu de repente e deu lugar ás nuvens, a relva outrora brilhante pintava-se agora em tons de cinzentos, os pássaros haviam-se silenciado e como se de repente o céu desabasse compreendeu...
Os dedos foram desenlaçados, e sem mais demoras cada um seguiu seu rumo, separados, longe um do outro...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dou-o ao vento...

Mexeu-se, olhou para o telefone, os números acusadores assinalavam que eram quatro horas da madrugada, ainda não tinha pregado olho, levantou-se, estavam todos a dormir em casa, vestiu o robe e calçou os chinelos, foi ate a varanda, o vento gelado agitou-lhe os cabelos ondulados, apertou mais o robe, e sentou-se na cadeira de madeira branca envelhecida a sentir o vento gelado, uma lágrima rolou-lhe pelo rosto gelando imediatamente, ergueu a cabeça e sussurou para o vento: " amo-te, és tudo para mim, peço ao vento que leve estas palavras e um beijo meu para ti meu querido." .
Lá longe ele dormia inquieto, pela brecha da janela entrou então o vento envolveu-o como se o embalá-se, abrigou-se nos cobertores, o vento sussurou-lhe aos ouvidos algo que só ele entendeu, e então ele sorriu.
Dormiam agora tranquilos como se o que lhes faltasse fosse um beijo um do outro antes de dormir...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Lembranças de Outono

-Adoro o Outono sabes?- Disse ela recebendo os últimos sinais de calor daquele dia.
Ele baixou o olhar até ao peito onde ela repousava a cabeça, afagou-lhe os cabelos e perguntou-lhe porquê. Ela sorriu, inspirou aquele odor próprio da terra, que a brisa arrasta, rodou sobre si própria encarando-o agora, eram estes momentos que a faziam lembrar como era feliz quando estavam juntos, respondeu por fim num tom simples e feliz " o que há para não gostar? os tons dourados e quentes que estão por todo o lado, o vento quente nos finais de tarde que envolve os pares românticos nos bancos de jardim, os odores, não sei tudo..." olhou-o nos olhos, ele estava a sorrir, continuava a afagar-lhe os cabelos. Quando se olhavam assim coravam, era um amor tão inocente.
Virou a cabeça, ali estava ele tão perfeito como sempre fora para ela, balouçavam os dois no alpendre, naquele fim de tarde de Outono. Ele virou a cabeça, sorriu ao ver que ela o olhava, aqueles olhos agora marcados pelas rugas, sinais da sua longa vida com ela, e coraram enquanto se olhavam, como quando eram apenas miúdos e se deitavam no parque...

sábado, 6 de março de 2010

Recordar o Futuro com a intensidade do Passado

Fechei os olhos e recordei, aquele dia, tão nosso. Era tudo tão amplo, sei que não estávamos sozinhos pois podia ouvir o burburinho que nos rodeava mas não via ninguém os meus olhos estavam postos nos teus e nao tinham coragem de se desviar por um só segundo, senti o teu abraço seguravas-me pela cintura e apertavas a minha mão direita com segurança e delicadeza, conseguia ver o teu sorriso, era leve, fácil, feliz, a minha mão pousava no teu ombro, via, o branco do meu vestido enquanto me fazias rodopiar pelo salão, percebi agora que tinha tons dourados, os fios de cabelo outrora apanhados firmemente roçagavam agora soltos no meu rosto devido ao tardar das horas, consigo sentir o teu cheiro envolver-me e o calor dos teus lábios, consigo ainda hoje arrepiar-me com a tua respiração no meu ouvido enquando num rodopio, ignorando todas aquelas vozes, me disses-te baixinho: "mil vezes sim minha querida, para todo o sempre até á lua, serei teu e tu minha"...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Introdução a mim mesma

É o meu primeiro post aqui, e para ser sincera não sei o que dizer ao certo. Suponho que com o tempo irei desenferrujar.
Faz hoje precisamente 15 dias que deixei Portugal e toda a minha vida lá para começar uma nova aqui na Holanda. Até agora tem sido tudo muito calmo, mas as saudades de quem ficou para traz tornam-se bastante insuportáveis e há dias piores que outros.
Em breve irei postar umas fotos das coisas daqui e contar-vos tudo o que vivo pela primeira vez e algumas coisas que já vivi mas que merecem ser contadas.
Até breve***